Friday, October 30, 2009

camisa amarela

encontrei o meu pedaço na avenida de camisa amarela. cantando a florisbela. a florisbela. convidei-o a voltar pra casa em minha companhia. exibiu-me um sorriso de ironia. e desapareceu no turbilhão da galeria. não estava nada bom. o meu pedaço na verdade estava bem mamado, bem chumbado, atravessado. foi por aí cambaleando. se acabando num cordão. com um reco-reco na mão. mais tarde o encontrei num café do surrado do Largo da Lapa. folião de raça. bebendo o quinto copo de cachaça. voltou às sete horas da manhã, mas só na quarta-feira. cantando a jardineira ô, a jardineira. me pediu ainda zonzo um copo d’água com bicarbonato. meu pedaço estava ruim de fato. pois caiu da cama e não tirou nem o sapato. e roncou uma semana. despertou mal-humorado. quis brigar comigo. que perigo! mas não ligo. o meu pedaço me domina. me fascina. ele é o “tal” por isso não levo à mal. pegou a camisa. a camisa amarela. botou fogo nela. gosto dele assim. passou a brincadeira. e ele é pra mim.

1 comment:

passarinha. said...

blog do fundo do mar.